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Aviação & Segurança – Parte 2

Como é que os estudantes de aviação mantém a segurança enquanto aprendem a voar?

Os estudantes de aviação estão submetidos à um sistema de aprendizado que os monitora e faz um balanço crítico, com o objetivo de garantir que eles não estejam expostos à situações perigosas e que não coloquem outras pessoas também em situações perigosas.

Antes de voar sozinho, o aluno deve completar um exame escrito e demonstrar proficiência em todas as atividades relativas ao voo local, inclusive questões que envolvem  situações de emergência. Desta maneira, quando o aluno leva a aeronave para o ar pela primeira vez, ele já terá sido treinado em várias oportunidades anteriores no que deve ser feito quando o voo não acontece como o planejado.

O mesmo acontece antes de que o aluno-piloto seja autorizado a realizar seu voo solo. O objetivo é manter os novos pilotos sobre os cuidados atentos de um instrutor qualificado até que eles tenham ganhado a experiência e o conhecimento necessário para seguirem em frente sozinhos. Este processo de supervisão continua até que o aluno se torne um Piloto Privado.

Aviação & Segurança – Parte 1

Quando uma pessoa considera aprender a voar, a questão da segurança, de uma forma ou de outra, vem à tona. Qual a segurança de voar em um pequeno avião? Qual a segurança que temos ao dirigir um carro ou velejar um barco? Tudo depende!

Comparado com automóveis, a aviação geral (definida como todos os tipos de voo, exceto companhias aéreas e militares) tem uma taxa de acidentes relativamente baixa. Existem vários motivos que mantêm os registros de segurança em níveis tão satisfatórios. A formação de um piloto, por exemplo, é muito mais rigorosa do que os requerimentos para obter uma carteira de motorista. Treinamentos obrigatórios no solo e em voo, além dos testes escritos e práticos, ajudam a garantir que os pilotos atinjam um nível básico de proficiência. O treinamento periódico ajuda a manter e melhorar as habilidades dos pilotos.

O ambiente em que as aeronaves operam é muito mais regulado também. Os regulamentos têm evoluído ao longo dos anos para lidar com a prevenção de acidentes, e a maioria dos pilotos usam os regulamentos como orientação mínima.

Segurança perfeita em qualquer modo de transporte não existe. As expectativas de segurança da maioria das pessoas foram baseadas principalmente pelo histórico de segurança nos voos de companhias aéreas. Independente da medida de comparação, o transporte aéreo comercial é provavelmente o modo mais seguro de transporte. Isso se deve por causa da enorme ênfase que é colocada na confiabilidade das aeronaves, as tripulações e o sistema de controle aéreo.

A aviação geral usa muitos dos mesmos procedimentos que as companhias aéreas utilizam para conseguir um bom histórico de segurança. Os números não são tão bons quanto os das companhias aéreas pelas mesmas razões que a navegação recreacional não compara com uma navegação transatlântica. As aeronaves são diferentes, os pilotos são diferentes, e os objetivos são diferentes. Mas assim como um diligente e cauteloso velejador pode operar com segurança, reconhecendo as suas limitações e as de sua equipe, também podem os pilotos da aviação geral.

Os pilotos que desenvolvem e mantêm suas habilidades podem voar com segurança e tirar o máximo de prazer e proveito desta super excitante atividade!

Um Pouco da História da Caixa que não é Preta

A idéia de um dispositivo capaz de ficar protegido contra incêndio e colisão e capaz de gravar tanto as vozes e as leituras dos instrumentos do cockpit foi concebido pelo Dr. David Warren, um jovem cientista do Laboratório de Pesquisas Aeronáuticas, antecessora da atual Organização de Defesa da Ciência e Tecnologia (DSTO – Defence Science and Technology Organisation).

Um demo da caixa preta foi produzido em 1957 e, embora não aprovado pelas autoridades da aviação Australiana, foi recebido com entusiasmo na Grã-Bretanha, onde o dispositivo foi levado para um melhor desenvolvimento.

Após um acidente aéreo inexplicável que aconteceu em Queensland, em 1960, a Austrália se tornou o primeiro país a tornar obrigatória a utilização de gravadores de voo em aeronaves. Atualmente, todas companhias aéreas ao redor do mundo possuem um gravador de dados de voo, a “Caixa Preta”.

Dave Warren – O Inventor da Caixa Preta

Foi o interesse pessoal em gravar músicas que conduziu Dave Warren à inventar o primeiro dispositivo capaz de gravar dados de voo, a caixa preta.

Dave Warren

Dave era um cientista no Laboratório de Pesquisa da Aeronáutica (ARL – Aeronautical Research Laboratory) em Melbourne.

Em meados da década de 1950, ele esteve envolvido nas investigações do misterioso acidente com o avião “Comet”. Dave percebeu que seria extremamente útil se houvesse uma gravação do que tinha acontecido no avião imediatamente antes do acidente. Ele lembrou então de um mini gravador de primeiro mundo que ele tinha visto recentemente em uma feira de comércio. De repente, ele pode visualizar como um gravador instalado em todas as aeronaves poderia realizar a gravação contínua dos detalhes de voo e também ser recuperado para análise depois de um acidente.

Como acontece com muitos conceitos novos, e especialmente na Austrália, Dave teve problemas para fazer sua idéia sair do chão. Eventualmente ele preparou um relatório que foi divulgado internacionalmente, mas produziu pouco interesse. Dave se lembrou da sua experiência como professor e concluiu que “mostrar e dizer” é mais eficaz do que apenas “dizer”. Com isto, ele decidiu usar seu próprio tempo para construir uma caixa preta para demonstração. E foi assim que a primeira caixa preta nasceu, capaz de continuamente armazenar até quatro horas de conversa, antes de qualquer acidente, bem como gravar as leituras dos instrumentos de voo. Mesmo assim Dave não conseguiu despertar o interesse de qualquer autoridade.

Foi em 1958 que Dave despertou o interesse do Sir Robert Hardingham e foi solicitado à realizar uma demonstração do projeto. Imediatamente o Sir Robert viu o potencial e solicitou que Dave levasse a caixa preta para a Inglaterra. A recepção foi muito encorajadora e o Ministério da Aeronáutica anunciou que a instalação da caixa preta nos aviões poderia se tornar obrigatória em breve. A caixa preta também foi demonstrada com sucesso no Canadá. Já nos Estados Unidos, as autoridades recusaram o convite da Embaixada da Austrália para demonstrar o dispositivo.

De volta na Austrália, realizaram planos para um maior desenvolvimento e produção. A contínua falta de apoio Australiano, no entanto, fez com que a idéia se desenvolvesse mais rapidamente ao redor do mundo do que na própria Austrália.

Foi somente depois da queda de um Fokker Friendship em Cackay (Queensland) em 1960 que um juiz fez altas recomendações que os gravadores fossem instalados em todos os aviões. A Austrália se tornou então o primeiro país do mundo à obrigar a gravação de vozes do cockpit.

Desde aquela época, a invenção de Dave Warren, a caixa preta, tem sido adotada universalmente como um meio para investigar acidentes e evitar a sua recorrência. A caixa preta provou sua significativa importância para a segurança aérea internacional.

Fonte: www.dsto.defence.gov.au

O que você tem a dizer?

Recentemente, em abril/maio deste ano, a caixa preta do do voo 447 da Air France foi recuperada do fundo do mar. Todos os dados da caixa preta estavam intactos e foram extraídos, quase dois anos após o acidente com o avião. Os motivos do acidente ainda não estão completamente detalhados. O que você acha que aconteceu durante o voo para causar esta fatalidade? Compartilhe sua opinião conosco comentando neste post.

 

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