Funcionários da NASA estão ansiosos e com os dedos cruzados, com seus relógios ajustados para o tempo de Marte. “Curiosity”, nome do veículo-robô que custou $2.5 bilhões para a agência, se aproxima do planeta vermelho para o pouso mais complexo, caro e de alto risco jamais tentado em outro mundo.
Curiosity é alimentado com plutônio, possui seis rodas, e carrega consigo câmeras e dez instrumentos científicos, incluindo um laboratório de análises de bordo e um aparelho de perfuração para testar se Marte já ofereceu as condições favoráveis ou compostos orgânicos necessários para a vida.
No Jet Propulsion Laboratory em Pasadena, onde as operações de pouso estão sendo gerenciadas, 700 engenheiros e cientistas do programa atingiram hoje a fase mais difícil da missão: a longa espera até a realização do pouso, que está totalmente fora do controle deles. Após oito anos de esforço intenso, não há muito o que fazer a não ser aguardar a recepção da linha de código de telemetria que indicaria a confirmação de pouso seguro em Marte, na madrugada de segunda-feira.
A descida e pouso do robô móvel de uma tonelada está agendado para ocorrer perto das 2:31AM (horário de Brasília) na segunda-feira (clique aqui para assistir ao vivo). O pouso é totalmente automatizado, devido aos 14 minutos de latência entre as transmissões entre Marte e Terra.
Na verdade, quando os gerentes de missão na sala de controle do Jet Propulsion Laboratory receberem notícias no início da segunda-feira que a embarcação atingiu o topo da atmosfera de Marte, o veículo (que é do tamanho de um carro compacto) já teria pousado seguro — ou se esmigalhado — sobre a superfície por pelo menos sete minutos.
Em sua descida de sete minutos, Curiosity terá que frear da sua velocidade de 13.200 milhas por hora (aproximadamente 21.243 quilômetros por hora) até um pouso suave e perfeito na superfície de Marte. Para isto, Curiosity dependerá de manobras de deslizamento hipersônico, o maior paraquedas supersônico já implantado, oito motores de foguete de hidrazina disparando em sequência, e um elaborado sistema de correntes, chamado “sky crane” (“guindaste céu”), que servirá para baixar o veículo/robô gentilmente até o chão.
Engenheiros da NASA pretendem monitorar o pouso indiretamente através de dois satélites orbitando Marte — o Mars Reconnaissance Orbiter e Odyssey — que estarão passando sobre o local de pouso para registrar e retransmitir os dados transmitidos pela nave de pouso. Durante a missão, os cientistas e os gerentes de operações estarão trabalhando em turnos que refletem o tempo em Marte, onde o dia tem duração de 24 horas e 40 minutos.
No JPL, engenheiros da missão disseram que as primeiras fotos enviadas por Curiosity — imagens de teste de baixa resolução em preto e branco — poderiam ser transmitidas nos primeiros minutos após o pouso ou, dependendo das comunicações, mais de duas horas mais tarde. No entanto, dependendo de certas circunstâncias, poderá levar até 24 horas para estabelecer um link até Curiosity.
“Estamos racionalmente confiantes e emocionalmente aterrorizados,” disse Steltzner. “Curiosity está por conta própria agora.”
Assista o vídeo abaixo, em Inglês, falando sobre os “Sete Minutos de Terror” para a aterrisagem de Curiosity em Marte:
Com Legenda:
Sem Legenda: